O WhatsApp e o triunfo do silêncio


Andar de metrô é ver metade dos passageiros de olho no celular, conversando pelo WhatsApp. Nas mesas de um restaurante, na fila do cinema, na festa da família, no corredor da firma é a mesma coisa. Pessoas estão teclando ou gravando mensagens para alguém distante.
Lembra-se quando todos falavam ao mesmo tempo no celular? Lembra daquela gritaria incessante, o tom de loucura coletiva em locais fechados? Eu prefiro mil vezes o silêncio dos olhos fixos na telinha iluminada. O WhatsApp, como outros comunicadores como o Messenger, o Hangouts e o Skype, nos trouxe um pouco mais de paz especialmente em aglomerações urbanas. Acho uma bobagem reclamar que as pessoas "não conversam mais" enquanto estão manipulando seus celulares. Ora, elas estão fazendo exatamente isso: conversando!


A necessidade compulsiva de conversar é outra questão, e parece ser uma característica dos brasileiros. Somos o país dos botecos, do papo descontraído, da conversa. Com isso, pode-se concluir que refletimos pouco, que não lemos quase nada. É isso mesmo. Somos assim. Temos esses defeitos e outras qualidades. Mas já que gostamos tanto de conversar, o silêncio dos aplicativos torna a conversa melhor para quem não participa dela. 

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